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Imóveis: o segredo silencioso das maiores fortunas do mundo

Por Cássia Ximenes

Você já reparou que, quando falamos de grandes fortunas, em algum momento os imóveis sempre entram na história? Não é coincidência: comprar propriedades ao longo do tempo é uma das formas mais seguras de multiplicar patrimônio e atravessar crises com solidez. Na Europa, famílias inteiras mantiveram poder e influência graças a terras e castelos.

Nos Estados Unidos, os Rockefeller não ficaram apenas no petróleo. O Rockefeller Center é, até hoje, símbolo de como os imóveis consolidam riqueza. Entre os bilionários atuais, o roteiro se repete. Donald Bren, na Califórnia, ergueu uma fortuna bilionária em empreendimentos residenciais e comerciais.

Já Sam Zell, conhecido como rei dos imóveis nos Estados Unidos, ficou famoso por transformar negócios de oportunidade em impérios lucrativos. Ele mesmo se intitulava “The Grave Dancer”, o dançarino do cemitério, porque dizia que sua habilidade era justamente comprar propriedades em crise, reestruturar e multiplicar o valor.

Zell fundou a Equity Residential, hoje uma das maiores gestoras de imóveis residenciais do país, e também a Equity Office Properties, que chegou a ter o maior portfólio de escritórios do mundo. Em 2007, vendeu essa empresa para a Blackstone, em um negócio avaliado em 39 bilhões de dólares, uma das maiores transações imobiliárias da história.

Sua trajetória mostra como visão, ousadia e timing podem transformar imóveis em fortunas bilionárias. Aqui no Brasil, a JHSF, comandada por José Auriemo Neto, transformou shoppings, hotéis e empreendimentos de alto padrão em patrimônio bilionário.

Já famílias como os Moreira Salles, que construíram reputação no setor financeiro, também alocaram boa parte da riqueza em imóveis. O aprendizado é simples: quem enriquece em qualquer setor, seja tecnologia, indústria ou finanças, acaba direcionando parte do capital para imóveis. Eles geram renda de aluguel, protegem contra a inflação e asseguram herança para as próximas gerações.

Por isso, o ditado continua atual: quem compra terra, não erra.

Disponível no site 98 News: Imóveis: o segredo silencioso das maiores fortunas do mundo

Condomínio em BH chega a R$ 3,4 mil; veja os bairros mais caros da capital

Por Cássia Ximenes

15-09

Você sabe quanto custa o condomínio em um prédio de alto padrão em Belo Horizonte? De acordo com o levantamento da Loft, a taxa média dos condomínios mais caros da capital chega a R$ 3.418 por mês, valor encontrado no Belvedere, líder absoluto no ranking.

Mas quando observamos o custo por metro quadrado, o cenário mostra ainda mais como esse gasto pode pesar no bolso. O Belvedere também lidera nesse critério com R$ 10,92 o metro quadrado, seguido de Lourdes com R$ 9,15 o metro quadrado e Santo Agostinho com R$ 8,72 metro quadrado. Seguem-se os bairros Sion, Savassi, Centro, Buritis, Gutierres, Funcionários e São Pedro.

Esses números deixam claro que mesmo apartamentos menores, quando localizados em regiões de alto padrão, carregam uma taxa de condomínio significativa. Isso, porque o custo está diretamente ligado à estrutura oferecida, academias de ponta, piscinas aquecidas, áreas gourmet, salões de festas sofisticados, serviços de concierge e segurança 24 horas.

E vale destacar, o valor da taxa de condomínio não acompanha necessariamente o preço do imóvel, mas sim o nível das áreas comuns e serviços disponíveis.

Por isso, na hora de escolher quem vai cuidar dessa engrenagem é fundamental lembrar do patrimônio coletivo em jogo, mais do que nunca é indispensável verificar a experiência e as qualificações das administradoras do condomínio e do síndico, principalmente se um síndico for contratado externamente. É a boa gestão que garante a preservação e a valorização de todo esse patrimônio.

Disponível em: https://rede98.com.br/98/colunistas/morar-custa-caro-ate-no-condominio/?fbclid=PAZXh0bgNhZW0CMTEAAadXVJrpYhfo3JyMKtqI4TvSZ_OijoWw4RK9RzTte8akc5jaWrgQWacDFLa0Cg_aem_Z4_ZRjKAISFw2nKvlBViCw

Bairros de BH que mais venderam imóveis em junho e julho

Por Cássia Ximenes

Quer saber quais os bairros que mais venderam imóveis em BH no período de junho e julho e ainda quais foram os valores mais altos transacionados? Então fica aí que esse é o tema da coluna de hoje.

De acordo com as declarações de TBI da Prefeitura de BH, analisadas pelo Data Secov, o Instituto de Pesquisa do Secov de Minas Gerais, o bimestre junho e julho de 2025 somou R$ 3,06 bilhões em 3.735 transações.

Na segunda-feira mostramos os top 5 em número de unidades e hoje fica claro como essa lista é bem diferente da lista por valor movimentado.

Vamos repetir a lista dos top 5 por número de unidades em junho e julho: em primeiro lugar, Buritis, seguido de Santa Amélia, Castelo, Ouro Preto e, em quinto lugar, Palmares.

E agora vamos à lista dos top 5 por valor movimentado em junho e julho: em primeiro lugar, Belvedere, seguido de Lourdes, Funcionários, Sion e Santo Agostinho.

Repare: bairros com muita oferta na faixa de preço médio lideram em quantidade, enquanto regiões de alto padrão concentram o maior volume financeiro.

Destaques do bimestre — maiores vendas individuais: em primeiro lugar, o bairro São Marcos, com uma unidade não residencial vendida por R$ 26 milhões. Na sequência, Belvedere, com R$ 20 milhões; Estoril, com R$ 18,2 milhões; Belvedere novamente, com R$ 13 milhões; e Boa Viagem, com R$ 12,76 milhões.

Esses recortes, a partir das declarações de TBI tratadas pelo Data Secov, mostram um mercado simultaneamente aquecido e diversificado em Belo Horizonte.

 

Disponível: https://rede98.com.br/98/colunistas/bairros-de-bh-que-mais-venderam-imoveis-em-junho-e-julho/ 

Buritis lidera vendas de imóveis em BH no bimestre

Por

Em primeiríssima mão, vamos divulgar os dados do bimestre junho e julho de 2025, de acordo com as declarações de TBI da Prefeitura de Belo Horizonte, analisados pelo Data Secov, o Instituto de Pesquisa do Secov Minas Gerais.

Nesse período, foram registradas 3.735 transações imobiliárias de compra e venda, somando um total de R$ 3,06 bilhões. O valor médio por unidade foi de aproximadamente R$ 819 mil, puxado para cima em razão de alguns imóveis pontuais de altíssimo valor.

Conheça agora os cinco bairros que mais venderam em número de unidades:

  1. Buritis
  2. Santa Amélia
  3. Castelo
  4. Ouro Preto
  5. Palmares

Esses bairros se destacam não apenas pela quantidade de vendas, mas também porque concentram maior oferta de imóveis dentro das faixas de preço médio praticadas na cidade, o que explica a força da demanda.

E atenção: na quarta-feira vamos trazer a segunda parte dessa análise, mostrando quais bairros movimentaram os maiores valores em vendas e quais foram os imóveis mais caros comercializados em Belo Horizonte.

Dá curiosidade, né? Mas eu vou contar tudinho aqui na coluna O Negócio é Imóvel, no site da 98 e em nossas redes sociais. Acompanhe conosco!

 

Disponível: https://rede98.com.br/98/colunistas/buritis-lidera-vendas-de-imoveis-em-bh-no-bimestre/

Imóvel alugado: quem paga o conserto?

Por Cássia Ximenes

Quando surge um problema no imóvel alugado, a grande dúvida é: quem paga, o proprietário ou o inquilino?

A resposta está na própria Lei do Inquilinato (nº 8.245/1991). O artigo 22 determina que o locador (proprietário) deve entregar o imóvel em boas condições e responder por defeitos estruturais. Já o artigo 23 estabelece que o locatário (inquilino) deve cuidar do imóvel, realizar pequenos reparos de uso e devolvê-lo no estado em que recebeu, salvo o desgaste natural do tempo.

Nos casos de invasão ou furto, a lei não trata diretamente, mas a jurisprudência entende que, quando o imóvel está alugado e ocupado, quem tem a guarda é o inquilino. Cabe a ele registrar ocorrência ou acionar o seguro. Já se o imóvel ainda não foi entregue e estava vazio, o responsável é o proprietário.

Em resumo: estrutura é do dono, uso é do inquilino. Gostou dessa informação?

Disponível em: https://rede98.com.br/98/colunistas/imovel-alugado-quem-paga-o-conserto/?fbclid=PAZXh0bgNhZW0CMTEAAaetjuMKvKV50_eE65j4MIR2xqmeHtZce5GfTPbf-sQeaJvW6pDFadg8dPhLcA_aem_v1_ZYoDeqtWmS14KbmN40w

Novas regras para carregadores de carros elétricos em condomínios

Por Cássia Ximenes

O carregamento dos carros elétricos tem gerado polêmica nos condomínios. O grande desafio é como adaptar as garagens para garantir segurança e eficiência na hora do abastecimento. O Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros acaba de publicar uma diretriz nacional que entra em vigor em fevereiro de 2026.

Ela estabelece requisitos mínimos para prédios novos e antigos, sempre em conformidade com as normas da ABNT. Para prédios novos, a regra é clara: a garagem precisa ter sprinklers (chuveirinhos automáticos instalados no teto que fazem parte do sistema de combate a incêndio), além de exaustão mecânica ou ventilação natural adequada e estrutura com resistência mínima ao fogo.

Já para prédios existentes, quem já possui carregador precisará se adequar. As tomadas comuns poderão ser usadas apenas para ligar carregadores do tipo wallbox, que devem ter disjuntor exclusivo, desligamento de emergência a até 5 metros do equipamento, sinalização visível e, em muitos casos, instalação de sprinklers e sistemas de detecção.

Não existe multa nacional, mas a fiscalização será feita pelos bombeiros de cada estado, e a exigência aparecerá no momento da renovação do AVCB (licença de segurança contra incêndio). E aí está o ponto: quem não se adequar pode ficar sem a licença e sem cobertura de seguro.

A recomendação é simples: síndicos e administradores devem contratar um engenheiro habilitado para revisar a instalação elétrica e planejar as adaptações. Afinal, os carros elétricos são uma tendência irreversível, e preparar os condomínios é garantir segurança e valorização patrimonial.

Acompanhe nossa coluna nas redes sociais. Informação é sempre o melhor negócio.

DISPONÍVEL EM : https://rede98.com.br/98/colunistas/novas-regras-para-carregadores-de-carros-eletricos-em-condominios/

Tokenização imobiliária: o futuro dos investimentos em imóveis

Por

É tecnologia e tradição andando juntas.

Disponível em:  https://rede98.com.br/98/colunistas/tokenizacao-imobiliaria-o-futuro-dos-investimentos-em-imoveis/

Golpes em aluguéis crescem em BH: saiba como se proteger

Atenção redobrada para quem está procurando imóvel para alugar. Infelizmente, os golpes cada vez mais criativos chegaram ao mercado imobiliário de Belo Horizonte. Em março deste ano, três pessoas descobriram que haviam alugado o mesmo apartamento no bairro Pindorama. Todas tinham pago um sinal antecipado e só perceberam o golpe na hora de se mudar. A Polícia Civil registrou o caso como estelionato e reforça: é fundamental fazer o boletim de ocorrência e apresentar provas como prints de mensagens e comprovantes de pagamento.

Outros relatos já estão chegando ao conhecimento das autoridades de que o suposto proprietário ou corretor pede que o interessado pague o valor do primeiro aluguel antes mesmo de visitar o imóvel. A justificativa é que, se você não gostar, esse valor será devolvido. Ah, e se você gostar, já assegura a locação. Eles são bastante convincentes ao lidar com clientes. Essa prática não é reconhecida pelo mercado imobiliário; pelo contrário, em negociações sérias, a visita ao imóvel é gratuita.

O que pode acontecer, e isso sim é normal, é a cobrança de taxas administrativas ou de intermediação só depois que o contrato for assinado. Antes disso, não existe nenhuma obrigação de pagamento. Por isso, fica a orientação: não faça pagamentos antecipados. Exija recibos, verifique a matrícula do imóvel e procure atendimento em imobiliárias regularizadas. E nunca se esqueça de confirmar se o corretor tem registro no CRECI. Essas medidas simples são a sua melhor proteção contra golpes.

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Reportagem disponível em: https://rede98.com.br/98/colunistas/golpes-em-alugueis-crescem-em-bh-saiba-como-se-proteger/?fbclid=PAZXh0bgNhZW0CMTEAAae2t3gVubm61drOjSXdDR6OsmhuwTUKlcjuEssGbB8mtyHyjaHy7cE6EwtPXQ_aem_e3OYrEDA2nusJVTFkt27JQ 

 

Longevidade e divórcios impactam mercado imobiliário em Minas Gerais

Mercado imobiliário mineiro acompanha tendência global de moradias individualizadas, impulsionada pelo envelhecimento populacional e aumento de lares com apenas um morador

18 de agosto de 2025 • 05:02

O aumento da população com 60 anos ou mais e o crescimento no número de divórcios no Brasil têm impactado o mercado imobiliário. Em Minas Gerais e em todo o País, esse cenário impulsiona a tendência de moradias individualizadas, em imóveis menores que oferecem mais conforto, segurança e praticidade.

Segundo dados do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação de idosos com 65 anos ou mais na população de Minas Gerais saltou de 8,1%, em 2010, para 12,4% em 2022. Em números absolutos, o Estado abriga a segunda maior população com 65 anos ou mais, com 2.543.092 pessoas, superado apenas por São Paulo (5.285.186).

O IBGE ainda mostra que o número de divórcios em primeira instância ou por escritura extrajudicial em Minas aumentou 70,3% em 2023, na comparação com 2013, passando de 32.428 para 55.209 separações registradas no Estado.

A presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Cássia Ximenes, destaca que, atualmente, há uma grande demanda por moradias adaptadas às novas formas de uso e para o público 60+. Consequentemente, muitas construtoras e incorporadoras têm investido em imóveis que atendam a essa procura.

Para a dirigente, o tabu a respeito de viver sozinho vem sendo superado na sociedade, com muitas pessoas se divorciando ou morando sozinhas por opção. Esse público busca outro tipo de vida e demanda imóveis com mais segurança e adaptados para essa nova realidade. “O mercado imobiliário precisa oferecer esse tipo de residência. Esse é o novo foco trazido pela questão da longevidade”, diz.

Cássia Ximenes ressalta que Minas Gerais vem quebrando vários tabus, com mais residências voltadas para idosos e o surgimento de comunidades em alguns prédios que oferecem mais bem-estar a essa população. “São novos condomínios que estão sendo criados ou adaptados e ressignificados para a moradia da terceira idade”, completa.

Os dados da prévia da pesquisa “O Impacto das Separações na Demanda por Imóveis”, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Mulheres do Imobiliário, mostram que as separações são um dos fenômenos mais relevantes para explicar a demanda por imóveis. Mais da metade dos entrevistados buscou um novo lar após o divórcio, sendo 29% deles alugados e 22% próprios (quitados ou financiados).

O diretor comercial e de marketing do Grupo Patrimar, Lucas Couto, destaca que o público 60+ representa uma das parcelas que mais cresce na população brasileira, impulsionada pela maior expectativa de vida e pela busca ativa por qualidade de vida na maturidade. Segundo ele, esse movimento, somado ao aumento no número de divórcios e ao consequente crescimento de lares para uma pessoa só, tem alterado significativamente a demanda no mercado imobiliário.

“Observamos uma procura cada vez maior por imóveis funcionais e estrategicamente localizados, próximos a centros urbanos, serviços de saúde e lazer, que ofereçam conforto, segurança, autonomia e serviços integrados ao condomínio”, relata.

Após a pandemia, busca por saúde e bem-estar aumentou

O primeiro vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Bruno Magalhães, relata que o movimento relacionado à longevidade tem sido ainda mais perceptível após o período da pandemia de Covid-19. Isso porque as pessoas passaram a se preocupar mais com a saúde, alimentação e com o bem-estar físico.

Para o dirigente, o aumento do público 60+ e o crescimento no número de divórcios são fatores que, combinados, têm gerado mais necessidade de adaptação dos imóveis disponíveis no mercado. “Está surgindo uma nova tendência de imóveis para esse público. Já percebemos um aumento na procura”, completa.

Além de ser o vice-presidente do sindicato que representa o setor, Magalhães também é diretor executivo da Terrazas Construtora. Ele relata que a empresa já vem realizando algumas adaptações para atender a esse público, o que tem provocado análises e mudanças na conceituação dos produtos imobiliários oferecidos no mercado.

Já Couto afirma que o Grupo Patrimar tem direcionado esforços para desenvolver empreendimentos com foco na experiência e na praticidade do dia a dia dos moradores. Além disso, a construtora tem criado novas soluções arquitetônicas e de serviços que tornam o uso dos espaços mais intuitivo e confortável, promovendo independência e conveniência.

“Isso inclui desde o planejamento inteligente de áreas comuns, o oferecimento de serviços dentro do condomínio e até o uso de tecnologia e design para facilitar a rotina e incentivar a convivência”, acrescenta.

De acordo com a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, divulgada pelo IBGE, 93,3% dos brasileiros com 70 anos ou mais vivem em vias largas, com maior fluidez de circulação. Além disso, 36,7% dessas pessoas estão em áreas com pelo menos cinco árvores, o maior índice entre todas as faixas etárias do País.

Esse grupo também é formado por pessoas que viajam mais e, por isso, estão mais atentas à segurança das moradias. O público 60+ busca praticidade na cidade onde mora, sem necessariamente se mudar para um município menor ou mais afastado.

“Eles querem uma vida mais prática, geralmente ainda dentro da sua cidade, onde têm o clube, a academia e as amizades mais antigas. Preferem viajar a ter uma vida pacata”, detalha Bruno Magalhães.

O percentual de pessoas com 60 anos ou mais responsáveis pelos domicílios mineiros subiu de 24,1%, em 2010, para 30,2% do total de residências em 2022. Segundo dados do IBGE, essa proporção está acima da média nacional (27,2%), sendo a terceira maior entre os estados brasileiros, ficando abaixo apenas do Rio Grande do Sul (31,7%) e do Rio de Janeiro (30,8%).

Moradia individualizada é tendência global

De acordo com os dois últimos Censos realizados pelo IBGE, a participação das unidades domésticas unipessoais cresceu 6,9 pontos percentuais (p.p.) em Minas Gerais entre os anos de 2010 e 2022, subindo de 13,1% para 20% no período. Já no Brasil, o avanço foi de 6,7 p.p. (de 12,2% para 18,9%).

O aumento no número de pessoas morando sozinhas tem impulsionado as vendas de apartamentos modelo studio, que oferecem mais dignidade e simplificação, atendendo às exigências desse público. Cássia Ximenes destaca que, no caso daqueles com maior poder aquisitivo, fatores como design e tecnologia também são considerados no momento da compra.

Para a empresária, esse movimento de moradia individualizada pode beneficiar tanto o segmento de venda quanto o de locação, pois um está diretamente ligado ao outro. “É um mercado que já vem movimentando toda a cadeia”, afirma.

O modelo de moradia individualizada, segundo ela, é uma tendência mundial que ocorre tanto nos grandes centros urbanos quanto nas cidades menores do interior. No entanto, a especialista ressalta a importância de preservar as características locais. “Existem características próprias de cada região, e isso precisa ser respeitado”, diz.

O diretor comercial e de marketing do Grupo Patrimar pontua que idosos e pessoas que moram sozinhas já constituem uma parcela relevante do público comprador no mercado imobiliário. A tendência, segundo ele, é de crescimento contínuo desses dois grupos nos próximos anos.

“Com o avanço da longevidade e a valorização da independência, a demanda por imóveis que combinem qualidade de vida, segurança e praticidade seguirá em expansão”, avalia.

Couto relata que o grupo já conta com um banco de terrenos robusto, tanto no segmento de alta renda quanto no médio e econômico, que permite o desenvolvimento de empreendimentos alinhados a diferentes perfis de consumidores. “Entregamos não apenas metragem e localização, mas também experiências que atendam às expectativas de cada público”, completa.

Contratação de idosos e público jovem

Outro ponto importante é a contratação de pessoas com 60 anos ou mais nos negócios imobiliários para atender ao público mais velho. Cássia Ximenes explica que esse grupo de consumidores prefere ser atendido por profissionais da mesma faixa etária. Portanto, é fundamental que as empresas contratem funcionários com perfil experiente e vontade de colaborar, agregando valor à equipe.

A presidente da CMI/Secovi-MG ressalta que entidades que integram o Sistema S têm disponibilizado ferramentas para que pessoas com mais de 60 anos se coloquem à disposição no mercado ou façam cursos de requalificação. Além disso, algumas plataformas ajudam empresários a encontrar esse perfil de profissional.

De forma geral, o mercado imobiliário já está se adaptando para atender a esse público, personalizando apartamentos e edifícios. No curto e médio prazos, Magalhães avalia que será possível notar mais lançamentos com projetos totalmente conceituados, desde a portaria até as áreas de lazer.

“Vejo alguns lançamentos indicando o começo de uma tendência e o início de uma necessidade de mercado”, diz.
Além das pessoas mais velhas, os jovens também estão movimentando o mercado com demanda por moradia própria. Cássia Ximenes pontua que esse público vem buscando cada vez mais conquistar independência financeira. “Eles também querem e desejam essas moradias”, afirma.

Ela menciona o movimento de retrofit em Belo Horizonte, que tem transformado muitas salas maiores em studios e apartamentos menores. Esse cenário favorece tanto a moradia estudantil quanto o público 60+, que busca se adaptar a uma nova realidade após a saída dos filhos de casa.

Reportagem dispoível: https://diariodocomercio.com.br/economia/longevidade-divorcios-impactam-mercado-imobiliario-minas/

Redução de taxas de cartório devolve equilíbrio tributário a Minas, apontam entidades

Nova legislação aprovada na ALMG corrige distorções, diminui custos para escrituras, o que deve favorecer o ambiente de negócios e ampliar o acesso à moradia no Estado

 

A redução das taxas cartoriais para registro de imóveis, a partir do primeiro dia de agosto, trouxe equilíbrio tributário e tem potencial para estimular investimentos em novos empreendimentos, segundo os setores industrial, imobiliário e registral do Estado. As novas normas, agora alteradas, haviam aumentado o custo das taxas cartoriais de Minas Gerais em 266%, em média.

O projeto de lei com a mudança foi aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta semana e seguiu para a sanção do governador do Estado, Romeu Zema (Novo). A antiga proposta foi elaborada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e incluiu a destinação de 25% da receita dos cartórios ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), à Defensoria Pública de Minas Gerais e à Advocacia-Geral do Estado (AGE-MG).

O presidente do Registro de Imóveis do Brasil – Seção Minas Gerais (RIB-MG), Flávio Augusto Costa, considerou que a alteração da ALMG trouxe equilíbrio tributário à questão, após um esforço na negociação entre todos os setores e instituições envolvidas.

“A gente pode dizer que foi o resultado mais equilibrado. Mas, como envolvem interesses, interesses legítimos de instituições e grupos muito diversos, é natural que os interesses não sejam exatamente os mesmos”, ressaltou.

A presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Cássia Ximenes, afirmou que a aprovação do projeto de lei é uma vitória expressiva para o mercado imobiliário mineiro e que deve estimular investimentos.

“A medida corrige distorções que impactavam diretamente a atividade imobiliária, favorecendo a segurança jurídica e o dinamismo das transações. Trata-se de uma resposta sensível às demandas do mercado, com potencial de estimular investimentos, gerar empregos e ampliar o acesso à moradia em Minas Gerais”, destacou.

A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) declarou, em comunicado, que as mudanças na cobrança das taxas de cartório representam uma economia expressiva, sobretudo em transações com valores elevados, como escrituras de imóveis e operações financeiras.

A entidade afirmou ainda que trabalha para futuras discussões sobre a extensão da redução adicional de 50% nas taxas para as operações financeiras de todos os setores produtivos de Minas Gerais, como ficou estabelecido para a agroindústria na nova lei. A Fiemg acompanhará a arrecadação nos próximos meses para tentar viabilizar novas reduções nas taxas cartoriais.

O presidente do RIB-MG destaca que não é interessante para a sociedade como um todo que as taxas cartoriais fiquem concentradas em negócios de menor valor, por isso, segundo ele, as novas faixas “criam uma justiça fiscal maior”. “Todo mundo acaba sendo responsável, porque o sistema de cartório é um grande arrecadador fiscal. Uma parte é dos cartórios, mas uma parte vai para impostos municipais, para o Tribunal de Justiça, o Ministério Público, a Advocacia-Geral do Estado e a Defensoria Pública”, explica.

 

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Reportagem disponível em: https://diariodocomercio.com.br/legislacao/reducao-taxas-cartorio-trouxe-equilibrio-tributario/