É tecnologia e tradição andando juntas.
Disponível em: https://rede98.com.br/98/colunistas/tokenizacao-imobiliaria-o-futuro-dos-investimentos-em-imoveis/
É tecnologia e tradição andando juntas.
Disponível em: https://rede98.com.br/98/colunistas/tokenizacao-imobiliaria-o-futuro-dos-investimentos-em-imoveis/
Atenção redobrada para quem está procurando imóvel para alugar. Infelizmente, os golpes cada vez mais criativos chegaram ao mercado imobiliário de Belo Horizonte. Em março deste ano, três pessoas descobriram que haviam alugado o mesmo apartamento no bairro Pindorama. Todas tinham pago um sinal antecipado e só perceberam o golpe na hora de se mudar. A Polícia Civil registrou o caso como estelionato e reforça: é fundamental fazer o boletim de ocorrência e apresentar provas como prints de mensagens e comprovantes de pagamento.
Outros relatos já estão chegando ao conhecimento das autoridades de que o suposto proprietário ou corretor pede que o interessado pague o valor do primeiro aluguel antes mesmo de visitar o imóvel. A justificativa é que, se você não gostar, esse valor será devolvido. Ah, e se você gostar, já assegura a locação. Eles são bastante convincentes ao lidar com clientes. Essa prática não é reconhecida pelo mercado imobiliário; pelo contrário, em negociações sérias, a visita ao imóvel é gratuita.
O que pode acontecer, e isso sim é normal, é a cobrança de taxas administrativas ou de intermediação só depois que o contrato for assinado. Antes disso, não existe nenhuma obrigação de pagamento. Por isso, fica a orientação: não faça pagamentos antecipados. Exija recibos, verifique a matrícula do imóvel e procure atendimento em imobiliárias regularizadas. E nunca se esqueça de confirmar se o corretor tem registro no CRECI. Essas medidas simples são a sua melhor proteção contra golpes.
________________________________________________________
Reportagem disponível em: https://rede98.com.br/98/colunistas/golpes-em-alugueis-crescem-em-bh-saiba-como-se-proteger/?fbclid=PAZXh0bgNhZW0CMTEAAae2t3gVubm61drOjSXdDR6OsmhuwTUKlcjuEssGbB8mtyHyjaHy7cE6EwtPXQ_aem_e3OYrEDA2nusJVTFkt27JQ
Mercado imobiliário mineiro acompanha tendência global de moradias individualizadas, impulsionada pelo envelhecimento populacional e aumento de lares com apenas um morador
18 de agosto de 2025 • 05:02
O aumento da população com 60 anos ou mais e o crescimento no número de divórcios no Brasil têm impactado o mercado imobiliário. Em Minas Gerais e em todo o País, esse cenário impulsiona a tendência de moradias individualizadas, em imóveis menores que oferecem mais conforto, segurança e praticidade.
Segundo dados do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação de idosos com 65 anos ou mais na população de Minas Gerais saltou de 8,1%, em 2010, para 12,4% em 2022. Em números absolutos, o Estado abriga a segunda maior população com 65 anos ou mais, com 2.543.092 pessoas, superado apenas por São Paulo (5.285.186).
O IBGE ainda mostra que o número de divórcios em primeira instância ou por escritura extrajudicial em Minas aumentou 70,3% em 2023, na comparação com 2013, passando de 32.428 para 55.209 separações registradas no Estado.
A presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Cássia Ximenes, destaca que, atualmente, há uma grande demanda por moradias adaptadas às novas formas de uso e para o público 60+. Consequentemente, muitas construtoras e incorporadoras têm investido em imóveis que atendam a essa procura.
Para a dirigente, o tabu a respeito de viver sozinho vem sendo superado na sociedade, com muitas pessoas se divorciando ou morando sozinhas por opção. Esse público busca outro tipo de vida e demanda imóveis com mais segurança e adaptados para essa nova realidade. “O mercado imobiliário precisa oferecer esse tipo de residência. Esse é o novo foco trazido pela questão da longevidade”, diz.
Cássia Ximenes ressalta que Minas Gerais vem quebrando vários tabus, com mais residências voltadas para idosos e o surgimento de comunidades em alguns prédios que oferecem mais bem-estar a essa população. “São novos condomínios que estão sendo criados ou adaptados e ressignificados para a moradia da terceira idade”, completa.
Os dados da prévia da pesquisa “O Impacto das Separações na Demanda por Imóveis”, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Mulheres do Imobiliário, mostram que as separações são um dos fenômenos mais relevantes para explicar a demanda por imóveis. Mais da metade dos entrevistados buscou um novo lar após o divórcio, sendo 29% deles alugados e 22% próprios (quitados ou financiados).
O diretor comercial e de marketing do Grupo Patrimar, Lucas Couto, destaca que o público 60+ representa uma das parcelas que mais cresce na população brasileira, impulsionada pela maior expectativa de vida e pela busca ativa por qualidade de vida na maturidade. Segundo ele, esse movimento, somado ao aumento no número de divórcios e ao consequente crescimento de lares para uma pessoa só, tem alterado significativamente a demanda no mercado imobiliário.
“Observamos uma procura cada vez maior por imóveis funcionais e estrategicamente localizados, próximos a centros urbanos, serviços de saúde e lazer, que ofereçam conforto, segurança, autonomia e serviços integrados ao condomínio”, relata.
Após a pandemia, busca por saúde e bem-estar aumentou
O primeiro vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Bruno Magalhães, relata que o movimento relacionado à longevidade tem sido ainda mais perceptível após o período da pandemia de Covid-19. Isso porque as pessoas passaram a se preocupar mais com a saúde, alimentação e com o bem-estar físico.
Para o dirigente, o aumento do público 60+ e o crescimento no número de divórcios são fatores que, combinados, têm gerado mais necessidade de adaptação dos imóveis disponíveis no mercado. “Está surgindo uma nova tendência de imóveis para esse público. Já percebemos um aumento na procura”, completa.
Além de ser o vice-presidente do sindicato que representa o setor, Magalhães também é diretor executivo da Terrazas Construtora. Ele relata que a empresa já vem realizando algumas adaptações para atender a esse público, o que tem provocado análises e mudanças na conceituação dos produtos imobiliários oferecidos no mercado.
Já Couto afirma que o Grupo Patrimar tem direcionado esforços para desenvolver empreendimentos com foco na experiência e na praticidade do dia a dia dos moradores. Além disso, a construtora tem criado novas soluções arquitetônicas e de serviços que tornam o uso dos espaços mais intuitivo e confortável, promovendo independência e conveniência.
“Isso inclui desde o planejamento inteligente de áreas comuns, o oferecimento de serviços dentro do condomínio e até o uso de tecnologia e design para facilitar a rotina e incentivar a convivência”, acrescenta.
De acordo com a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, divulgada pelo IBGE, 93,3% dos brasileiros com 70 anos ou mais vivem em vias largas, com maior fluidez de circulação. Além disso, 36,7% dessas pessoas estão em áreas com pelo menos cinco árvores, o maior índice entre todas as faixas etárias do País.
Esse grupo também é formado por pessoas que viajam mais e, por isso, estão mais atentas à segurança das moradias. O público 60+ busca praticidade na cidade onde mora, sem necessariamente se mudar para um município menor ou mais afastado.
“Eles querem uma vida mais prática, geralmente ainda dentro da sua cidade, onde têm o clube, a academia e as amizades mais antigas. Preferem viajar a ter uma vida pacata”, detalha Bruno Magalhães.
O percentual de pessoas com 60 anos ou mais responsáveis pelos domicílios mineiros subiu de 24,1%, em 2010, para 30,2% do total de residências em 2022. Segundo dados do IBGE, essa proporção está acima da média nacional (27,2%), sendo a terceira maior entre os estados brasileiros, ficando abaixo apenas do Rio Grande do Sul (31,7%) e do Rio de Janeiro (30,8%).
Moradia individualizada é tendência global
De acordo com os dois últimos Censos realizados pelo IBGE, a participação das unidades domésticas unipessoais cresceu 6,9 pontos percentuais (p.p.) em Minas Gerais entre os anos de 2010 e 2022, subindo de 13,1% para 20% no período. Já no Brasil, o avanço foi de 6,7 p.p. (de 12,2% para 18,9%).
O aumento no número de pessoas morando sozinhas tem impulsionado as vendas de apartamentos modelo studio, que oferecem mais dignidade e simplificação, atendendo às exigências desse público. Cássia Ximenes destaca que, no caso daqueles com maior poder aquisitivo, fatores como design e tecnologia também são considerados no momento da compra.
Para a empresária, esse movimento de moradia individualizada pode beneficiar tanto o segmento de venda quanto o de locação, pois um está diretamente ligado ao outro. “É um mercado que já vem movimentando toda a cadeia”, afirma.
O modelo de moradia individualizada, segundo ela, é uma tendência mundial que ocorre tanto nos grandes centros urbanos quanto nas cidades menores do interior. No entanto, a especialista ressalta a importância de preservar as características locais. “Existem características próprias de cada região, e isso precisa ser respeitado”, diz.
O diretor comercial e de marketing do Grupo Patrimar pontua que idosos e pessoas que moram sozinhas já constituem uma parcela relevante do público comprador no mercado imobiliário. A tendência, segundo ele, é de crescimento contínuo desses dois grupos nos próximos anos.
“Com o avanço da longevidade e a valorização da independência, a demanda por imóveis que combinem qualidade de vida, segurança e praticidade seguirá em expansão”, avalia.
Couto relata que o grupo já conta com um banco de terrenos robusto, tanto no segmento de alta renda quanto no médio e econômico, que permite o desenvolvimento de empreendimentos alinhados a diferentes perfis de consumidores. “Entregamos não apenas metragem e localização, mas também experiências que atendam às expectativas de cada público”, completa.
Contratação de idosos e público jovem
Outro ponto importante é a contratação de pessoas com 60 anos ou mais nos negócios imobiliários para atender ao público mais velho. Cássia Ximenes explica que esse grupo de consumidores prefere ser atendido por profissionais da mesma faixa etária. Portanto, é fundamental que as empresas contratem funcionários com perfil experiente e vontade de colaborar, agregando valor à equipe.
A presidente da CMI/Secovi-MG ressalta que entidades que integram o Sistema S têm disponibilizado ferramentas para que pessoas com mais de 60 anos se coloquem à disposição no mercado ou façam cursos de requalificação. Além disso, algumas plataformas ajudam empresários a encontrar esse perfil de profissional.
De forma geral, o mercado imobiliário já está se adaptando para atender a esse público, personalizando apartamentos e edifícios. No curto e médio prazos, Magalhães avalia que será possível notar mais lançamentos com projetos totalmente conceituados, desde a portaria até as áreas de lazer.
“Vejo alguns lançamentos indicando o começo de uma tendência e o início de uma necessidade de mercado”, diz.
Além das pessoas mais velhas, os jovens também estão movimentando o mercado com demanda por moradia própria. Cássia Ximenes pontua que esse público vem buscando cada vez mais conquistar independência financeira. “Eles também querem e desejam essas moradias”, afirma.
Ela menciona o movimento de retrofit em Belo Horizonte, que tem transformado muitas salas maiores em studios e apartamentos menores. Esse cenário favorece tanto a moradia estudantil quanto o público 60+, que busca se adaptar a uma nova realidade após a saída dos filhos de casa.
Reportagem dispoível: https://diariodocomercio.com.br/economia/longevidade-divorcios-impactam-mercado-imobiliario-minas/
Nova legislação aprovada na ALMG corrige distorções, diminui custos para escrituras, o que deve favorecer o ambiente de negócios e ampliar o acesso à moradia no Estado
A redução das taxas cartoriais para registro de imóveis, a partir do primeiro dia de agosto, trouxe equilíbrio tributário e tem potencial para estimular investimentos em novos empreendimentos, segundo os setores industrial, imobiliário e registral do Estado. As novas normas, agora alteradas, haviam aumentado o custo das taxas cartoriais de Minas Gerais em 266%, em média.
O projeto de lei com a mudança foi aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta semana e seguiu para a sanção do governador do Estado, Romeu Zema (Novo). A antiga proposta foi elaborada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e incluiu a destinação de 25% da receita dos cartórios ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), à Defensoria Pública de Minas Gerais e à Advocacia-Geral do Estado (AGE-MG).
O presidente do Registro de Imóveis do Brasil – Seção Minas Gerais (RIB-MG), Flávio Augusto Costa, considerou que a alteração da ALMG trouxe equilíbrio tributário à questão, após um esforço na negociação entre todos os setores e instituições envolvidas.
“A gente pode dizer que foi o resultado mais equilibrado. Mas, como envolvem interesses, interesses legítimos de instituições e grupos muito diversos, é natural que os interesses não sejam exatamente os mesmos”, ressaltou.
A presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Cássia Ximenes, afirmou que a aprovação do projeto de lei é uma vitória expressiva para o mercado imobiliário mineiro e que deve estimular investimentos.
“A medida corrige distorções que impactavam diretamente a atividade imobiliária, favorecendo a segurança jurídica e o dinamismo das transações. Trata-se de uma resposta sensível às demandas do mercado, com potencial de estimular investimentos, gerar empregos e ampliar o acesso à moradia em Minas Gerais”, destacou.
A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) declarou, em comunicado, que as mudanças na cobrança das taxas de cartório representam uma economia expressiva, sobretudo em transações com valores elevados, como escrituras de imóveis e operações financeiras.
A entidade afirmou ainda que trabalha para futuras discussões sobre a extensão da redução adicional de 50% nas taxas para as operações financeiras de todos os setores produtivos de Minas Gerais, como ficou estabelecido para a agroindústria na nova lei. A Fiemg acompanhará a arrecadação nos próximos meses para tentar viabilizar novas reduções nas taxas cartoriais.
O presidente do RIB-MG destaca que não é interessante para a sociedade como um todo que as taxas cartoriais fiquem concentradas em negócios de menor valor, por isso, segundo ele, as novas faixas “criam uma justiça fiscal maior”. “Todo mundo acaba sendo responsável, porque o sistema de cartório é um grande arrecadador fiscal. Uma parte é dos cartórios, mas uma parte vai para impostos municipais, para o Tribunal de Justiça, o Ministério Público, a Advocacia-Geral do Estado e a Defensoria Pública”, explica.
___________________________________________________________
Reportagem disponível em: https://diariodocomercio.com.br/legislacao/reducao-taxas-cartorio-trouxe-equilibrio-tributario/
O objetivo é proporcionar novos usos para esses imóveis, como a moradia e os comércios no mesmo prédio
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) publicou, no Diário Oficial do Município (DOM) dessa quarta-feira (26), o Decreto nº 19.151/25 que regulamenta a lei de incentivo à revitalização de prédios antigos no Hipercentro (Lei nº 11.783/2024). Essa legislação define regras para reformar, regularizar e adaptar imóveis na região ou áreas próximas, com o objetivo de revitalizar o Centro da capital mineira.
De acordo com a PBH, o projeto busca incentivar reformas e oferecer novos usos para imóveis antigos como, por exemplo, moradias e comércios no mesmo prédio. O poder público municipal ainda acrescenta que, quem seguir as novas regras, poderá contar com benefícios fiscais.
Entre as novas normas está a exigência de que os terraços de alguns prédios sejam abertos ao público, de forma gratuita, das 9h às 22h. O objetivo é criar novos espaços de convivência e aproveitar ainda mais as áreas que hoje estão sem uso na região.
A presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Cássia Ximenes, afirma que o mercado imobiliário da Capital recebe esse decreto com entusiasmo. Isso porque, segundo ela, o texto traz maior flexibilidade para transformar edifícios antigos em novos lares, sem apagar a memória da cidade.
Cássia Ximenes ainda destaca que o Hipercentro de Belo Horizonte está prestes a ganhar vida nova. A dirigente explica que com a nova lei municipal que incentiva o retrofit de prédios subutilizados, a capital mineira está dando mais um passo importante rumo à revitalização do coração da cidade.
“Essa é uma tendência global: devolver às áreas centrais o protagonismo urbano, com mais moradores, mais comércio e, claro, mais segurança e vida nas ruas. A CMI/Secovi-MG acompanha, passo a passo, essa nova fase que representa um bom caminho rumo ao futuro sem abrir mão da nossa história”, afirma.
Quanto ao retrofit, o decreto publicado nesta quinta prevê que comércios e serviços funcionem no térreo e no terraço, onde o fluxo de pessoas é maior, enquanto os demais andares serão destinados para moradia.
Além disso, o texto também autoriza a implementação de áreas verdes ou permeáveis (que permitem a infiltração da água de chuva no solo) sobre lajes. A meta é possibilitar o melhor uso possível do espaço urbano sem deixar de cuidar do meio ambiente.
O decreto também define diretrizes para que essas mudanças sejam feitas com foco em sustentabilidade, segurança e desenvolvimento da capital mineira. As regras já estão valendo e, em breve, a Secretaria Municipal de Política Urbana (SMPU) divulgará orientações mais detalhadas sobre como os projetos devem ser apresentados.
___________________________________________________________
Reportagem disponível em: https://diariodocomercio.com.br/legislacao/pbh-regulamenta-lei-incentivo-revitalizacao-imoveis-antigos-hipercentro-belo-horizonte
Em 2024, locação imobiliária subiu quase 14% no Brasil, e crescimento dos valores deve seguir com maior procura
Por Simon Nascimento
Além de impactar a oferta de crédito imobiliário no Brasil e gerar apreensão na construção civil, as novas regras para financiamento de imóveis pela Caixa devem encarecer o valor dos alugueis de casas e apartamentos no Brasil. Ao final de 2024, a locação registrou alta de 13,5% no Brasil, segundo o índice FipeZap.
A previsão de pressão maior sobre o segmento é da presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi), Cássia Ximenes. Ela destacou que o Brasil tem registrado alta nas taxas de financiamento, impactadas também pela elevação da Selic.
Com o aumento do percentual necessário para entrada, elevado de 20% para 30% – e de até 50% em alguns casos – pela Caixa, quem deseja comprar um imóvel pode migrar para a locação. “Ao adquirir um imóvel por financiamento, o comprador não precisa apenas arcar com o valor da entrada. Ele também deve pagar despesas como cartório, escritura e ITBI. São muitos fatores que impactam essa quantia inicial”, explicou.
Ximenes acrescentou que a alta demanda por locação deve levar ao aumento dos preços. “Se a procura é maior do que a oferta, o imóvel se torna um produto mais valioso e o preço sobe naturalmente”, concluiu a presidente da CMI/Secovi.
A advogada tributarista Maria Eduarda Santos, de 25 anos, busca um apartamento desde setembro do ano passado. Durante esse período, enfrentou dificuldades não apenas com a Caixa, mas também com outros bancos para conseguir viabilizar o financiamento. “Está cada vez pior. Estamos correndo com a compra justamente por receio de que a situação piore ainda mais. Só vou me sentir aliviada quando assinarmos o contrato com o banco”, afirmou.
O imóvel pretendido por ela e seu noivo, localizado no bairro Coração Eucarístico, na região Noroeste de Belo Horizonte, encareceu entre R$ 100 mil e R$ 150 mil em um ano. “Compramos um apartamento inferior ao que teríamos conseguido no início do ano passado. Tivemos muita dificuldade em aprovar o crédito, pois, apesar do limite de 30% para comprometimento da renda, esse percentual não estava sendo respeitado”, relatou a advogada que conseguiu aprovar o financiamento usando o FGTS e pagando 20% do valor total como entrada.
Diante da dificuldade no processo e da inflação dos imóveis, Maria Eduarda chegou a cogitar alugar um apartamento, mas desistiu. “Os valores também estavam surreais”, contabilizou.
___________________________________________________________
Reportagem disponível em: https://www.otempo.com.br/economia/2025/2/3/com-financiamento-mais-caro-preco-para-alugar-imoveis-deve-subir-ainda-mais-em-2025
Nossa CEO, Cássia Ximenes, participou do podcast Papo Mineiro, com @hernanicastrojr, falando sobre desenvolvimento estratégico.
Especialista aponta que é preciso entender as particularidades de cada imóvel
Por Marco Aurélio Neves
O decreto da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), para promover o aproveitamento de imóveis subutilizados ou não utilizados, ainda carece de incentivos para que o retrofit – a revitalização – de edifícios seja uma operação atrativa ao mercado imobiliário, apontam especialistas do setor imobiliário belo-horizontino.
A presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Cássia Ximenes, aponta é que preciso entender as particularidades de cada imóvel – como localização e conservação – para, dentro do que a legislação permite, no caso, o Plano Diretor, poder compreender qual função social pode ser exigida do local.
Além disso, ela chama a atenção para situações em que o imóvel não consegue cumprir sua função social, causadas pela falta de condições gerada pela própria PBH, com restrição a bens e serviços públicos, como transporte, calçamento e saneamento básico em determinadas localidades.
Cássia Ximenes questiona se o aumento progressivo da cobrança do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) – previsto no decreto da PBH – é mesmo a melhor medida para lidar com o problema. “Partir do princípio do incentivo e da educação dos proprietários é mais vantajoso para a cidade do que a penalidade”, declara.
Um incentivo poderia ser, segundo a presidente do CMI/Secovi, via isenção do Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), para o comprador que se comprometer e comprovar, no ato da venda, que vai reformar um imóvel sem condições de ser habitado e que, por isso, não consegue ser ocupado. “O comprador teria o incentivo de usar esse valor do ITBI na reforma do imóvel”, afirma.
A PBH informou que o levantamento dos imóveis será feito por etapas e a mobilização inicial está focada no mapeamento de lotes vagos na região do hipercentro. Trata-se de uma região onde estão localizados vários edifícios subutilizados ou abandonados. O grande volume de prédios nessa situação gera desvalorização dos imóveis no entorno e insegurança local.
A situação contribui também para diminuir a oferta de unidades habitacionais, comércio e serviços em áreas da cidade, o que, dentre outros fatores, é apontada por especialistas como uma das causas da inflação do aluguel residencial de Belo Horizonte, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2024, estar acima da média nacional.
O membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Belo Horizonte (Codese-BH) e diretor da Construtora Diniz Camargos, Teodomiro Diniz, aponta que o incentivo dado pelo decreto da PBH para aluguel social não é viável ao mercado imobiliário. “A conta não está fechando entre comprar o prédio, gastar para ‘retrofitar’ e vender. Essa conta precisa viabilizar”, disse.
Ele aponta que a operação de retrofit, com o custo de produção e todos os riscos envolvidos, dificultam que o imóvel seja competitivo no mercado imobiliário. O IPTU progressivo, segundo Diniz, pode estimular a venda de imóveis subutilizados ou abandonados, mas é preciso observar se a aquisição permitirá o comprador fazer com que o local cumpra sua função social.
“Ainda não é uma solução que resolve. Falamos isso com a PBH, precisa dar um estímulo para viabilizar, senão fica competindo com imóveis em outras regiões – onde o solo é mais barato – e vai pôr a população cada vez mais longe e o Centro continuar desocupado”, explica.
Até mesmo em caso de desapropriação pela prefeitura de Belo Horizonte pode não ser financeiramente interessante para construtoras, já que a licitação obriga a fechar com uma restauração a custo baixo, que poderia inviabilizar a revitalização do prédio.
Valor médio de apartamentos vendidos em BH saltou de R$ 512 mil para R$ 550 mil em um ano
Por Leonardo Morais
Em um ano marcado por recuperação, o mercado imobiliário encerrou 2024 com resultados positivos na comparação com 2023. O setor registrou aumento tanto no número de unidades vendidas quanto no valor da venda, com ganho real de 3% – índice que superou o de outras capitais brasileiras.
De acordo com instituto de pesquisas Datasecovi, até agosto, o valor médio de apartamentos vendidos em Belo Horizonte saltou de R$ 512 mil para R$ 550 mil em um ano – crescimento de 7,5% contra a inflação de 4,48% no mesmo período. Em quantidade de empreendimentos comercializados, os avanços também foram expressivos: o número saltou de 12,62 mil unidades em 2023 para 13,67 mil em 2024.
Para a presidente da CMI/Secovi-MG, Cássia Ximenes, os recentes aumentos no preço médio dos imóveis resultam na diminuição de empreendimentos voltados para o Minha Casa, Minha Vida com valores mais baixos nos limites da capital mineira. “Esses empreendimentos estão migrando para as cidades circunvizinhas e isso impacta na média dos valores dos imóveis vendidos”, explica.
Ao avaliar o desempenho geral do setor no ano, a dirigente considera que 2024 entregou o que prometeu, com conquistas importantes ao longo dos meses. A reforma tributária, por exemplo, está alinhada com o segmento após alterações no texto, que amenizou os impactos negativos que poderia trazer para a atividade.
Apesar disso, a alta na Selic preocupa, já que impactará a realização de financiamentos. Em 2024, a taxa básica de juros saltou para 12,25% ao ano e analistas já sugerem que o valor pode chegar a 15% em 2025.
Mesmo com o cenário alarmante, Cássia Ximenes acredita que o setor imobiliário utilizará de seu maior diferencial para continuar avançando. “O mercado imobiliário acompanha a vida das pessoas e elas não podem abrir mão da moradia. Independentemente do cenário, seja ele político, econômico ou social, nosso mercado segue atuante e atendendo à população”, destaca.
A presidente da entidade acredita que o cooperativismo entre integrantes do setor também é algo que precisa ser melhor explorado e pode ser um dos principais caminhos para aumentar as vendas de imóveis. “Hoje, um dos maiores desafios é encontrar o imóvel ideal e essas parcerias ajudam a dar celeridade ao processo”, avalia.
Desde a pandemia, os imóveis comerciais seguem passando por desafios, especialmente depois do crescente uso do e-commerce e as transformações nos modelos de trabalho, como o home-office. A solução, segundo Cássia Ximenes, passa pela readequação do uso dos espaços.
“É preciso que o profissional faça um diagnóstico para compreender como o imóvel pode ser utilizado a partir de agora. O desejo da compra acompanha a necessidade e essas necessidades foram modificadas durante a pandemia”, explica a presidente.
Diferentemente do setor residencial, que se recupera de forma mais acentuada, o comercial ainda sofre com sequelas da crise pandêmica, que necessitou de acordos no preço de aluguéis, com contratos longos, muitos ainda em vigor. “Esses ajustes causam impactos e ainda mantêm resquícios da pandemia. Além disso, os donos de imóveis ainda precisam lidar com mudanças comportamentais e os novos desejos de moradia”, ressalta a dirigente.
Para 2025, apesar dos desafios econômicos brasileiros, a expectativa para ambos os segmentos é positiva. Nos próximos três anos, a entidade espera realizar trabalhos e articulações em prol da redução do déficit habitacional no Brasil.
Em Belo Horizonte, o ano será marcado pela conferência urbana para a adaptação do Plano Diretor. “A prefeitura está com um projeto de requalificação das centralidades e estamos acompanhando com atenção e proximidade para colaborarmos com o que for necessário”, finaliza.
__________________________________________
Reportagem disponível em: https://diariodocomercio.com.br/economia/mercado-imobiliario-vendas-belo-horizonte/
Karla Mamona, Rebecca Crepaldi, Beatriz Quesada e Guilherme Guilherme
Publicado em 21 de novembro de 2024 às 06h00.
Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 14h51.
Reportagem publicada na Revista Exame: https://exame.com/revista-exame/outras-capitais/
O mercado imobiliário brasileiro de locação e venda em 2024 manteve a tendência registrada ao longo do ano passado: enquanto o preço de compra de imóveis registra alta, o valor do aluguel mostra uma tendência de queda.
Dados do Índice FipeZap de Vendas, publicado com exclusividade pela EXAME e que acompanha o preço médio de venda de imóveis nas principais capitais do país, mostram uma forte aceleração nos valores nos últimos 12 meses.
Até setembro deste ano, o indicador registrou alta de 7,15%; no mesmo período do ano passado, a taxa estava em 5,3%, a maior desde 2018. Por outro lado, o mercado de aluguel desacelerou no Brasil. O preço médio de locação do FipeZap evidencia essa tendência: a alta acumulada nos últimos 12 meses foi de 13,7%, uma leve desaceleração em comparação com os 16,2% registrados no mesmo período do ano passado.
O levantamento compila os resultados em 11 capitais. O balanço para São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre podem ser encontrados nos respectivos links. Confira abaixo os principais destaques para Belo Horizonte, Goiânia, Curitiba, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza e Maceió:
Belo Horizonte
Demanda reprimida impulsiona vendas na capital mineira, mas 2025 preocupa
Rebecca Crepaldi
Após um ano de estagnação, os preços de venda de imóveis em Belo Horizonte voltaram a acelerar. No acumulado dos últimos 12 meses até setembro de 2024, o Índice FipeZap registrou uma alta de 11,3% no metro quadrado, superando a média nacional da variação em 12 meses de 7,2% e os 7,7% registrados no acumulado dos 12 meses até setembro de 2023.
O principal motivo para esse avanço foi a demanda reprimida de 2023, explica Cassia Ximenes, presidente do Sindicato de Habitação de Minas Gerais. “Se não vendemos em 2023, precisávamos vender agora.” Segundo Ximenes, até agosto houve um aumento de 5,3% nas vendas, com projeções indicando uma alta de 10% até o fim de 2024. “Estamos falando de um mercado imobiliário bastante aquecido, tanto para compra e venda quanto para locação.”
Nos aluguéis, os preços valorizaram 16,3% em setembro de 2024 na variação em 12 meses, ligeiramente acima dos 16% de um ano antes e também acima da média nacional de 13,7%. Outro fator que impulsionou os preços foi a melhora do cenário político e socioeconômico no primeiro semestre de 2024. “O mercado se acalmou”, diz Ximenes, que também menciona o ciclo de queda da Selic, entre agosto de 2023 e maio de 2024, como elemento que ajudou a impulsionar o setor.
Para 2025, no entanto, o cenário pode mudar, e uma das preocupações é a restrição de crédito pela Caixa, que alterou as regras do financiamento imobiliário no começo de novembro. Outro desafio é o Plano Diretor: a outorga onerosa para novas construções é muito alta e pode levar construtoras a migrar para cidades vizinhas.
“Em BH, tivemos uma evasão populacional de 70 mil pessoas”, observa Ximenes, citando a migração para regiões próximas, como Nova Lima. Ela acrescenta que o período de revisão do plano está próximo, e o mercado pretende propor ajustes para tentar manter as construtoras em Belo Horizonte.
______________
Goiânia
Aluguéis desaceleram, mas valorização está entre as maiores do país
Rebecca Crepaldi
Goiânia, que teve a maior valorização de locação entre as capitais no Índice FipeZap em 2023, agora vê os preços desacelerarem. O momento marca uma virada, já que desde 2019 os aluguéis sobem ano após ano.
Apesar da queda, a valorização em 12 meses ainda é tão alta a ponto de ser a quarta maior no ranking. A desaceleração ocorreu porque em 2023 o salto foi significativamente forte, em 32,8% no acumulado de 12 meses até setembro do ano passado.
Agora, o aumento é de 17,2% na variação de 12 meses até setembro de 2024. O impulso do ano passado foi gerado por uma demanda alta do agronegócio, setor que inclusive dá a Goiânia o título de “capital do agro”.
Luxo na capital do agro: Goiânia já é o terceiro maior mercado imobiliário do País em VGV
Neste ano, o setor enfrenta desafios. “Infelizmente, o setor produtivo vai sofrer muito com fatores climáticos”, explica Benjamin Ragonezi, vice-presidente do Secovi-GO. Entretanto, o executivo observa que o agro “continua sendo um forte investidor no mercado imobiliário”.
Tanto que existe um problema de oferta na cidade: “O mercado de locação está tão aquecido que a demanda supera a oferta. As imobiliárias praticamente não têm estoque para atender as pessoas.”
Para contornar a situação, o Secovi vem trabalhando para que investidores e construtoras passem a disponibilizar mais imóveis para locação. Segundo Ragonezi, grandes players do mercado imobiliário também estão chegando em Goiânia, trazendo inovações, principalmente na parte da tecnologia, o que deve auxiliar o mercado de locação e de venda – que segue aquecido, apesar de também ter desacelerado.
E, para 2025, pode ser que ambos os cenários de desaceleração se invertam e os preços passem a subir, mas não por oferta e demanda e, sim, pela questão da Reforma Tributária, o que preocupa o mercado.
“Essa questão do imposto sobre os rendimentos dos alugueis, vão ser repassados para o consumidor final. Não tem como o locador assumir esse ônus”, diz, acrescentando que será necessário uma mudança de estratégias para que o consumidor final não seja tão penalizado.
______________
Curitiba
Alta renda e novos lançamentos impulsionam o mercado na capital paranaense, com preços acima da média nacional
Beatriz Quesada
O mercado imobiliário de Curitiba se destacou por uma oscilação maior que a média nacional no segmento de vendas e locação. Nos últimos 12 meses, o preço médio de imóveis à venda na capital paranaense registrou avanço de 16,3%, alcançando o maior patamar desde 2018, e subindo 9,2 pontos percentuais (p.p.).
A elevação foi a maior em percentual entre as capitais analisadas pelo Índice FipeZap, e ficou quase cinco vezes acima da média nacional. O movimento foi uma recuperação diante da desaceleração do ano passado, quando Curitiba pisou no freio de forma mais intensa que o restante do país.
Os dois movimentos acompanharam a tendência da taxa básica de juros, a ¬Selic. Entre 2022 e 2023, quando a Selic entrou em trajetória de alta e alcançou 13,75% — seu maior nível desde a pandemia —, as vendas arrefeceram. E nos últimos 12 meses, quando a taxa foi a 11,75%, os preços voltaram a subir.
Luciano Giongo Tomazini, vice-presidente de economia e estatística do Secovi-PR, destaca que a alta renda foi essencial para a retomada dos preços em Curitiba, e que o segmento pode ser um ponto de resiliência para o próximo ano, com os juros novamente subindo no Brasil.
“Compradores de alta renda devem continuar mantendo o mercado porque não estão sujeitos às intempéries de juros. Observamos muitos lançamentos nesse segmento, especialmente com a verticalização de alguns bairros nobres, como o Batel”, afirma.
A dinâmica de juros mais altos pode, ainda, fortalecer o mercado de locação no próximo ano, em uma tendência inversamente proporcional à observada nas vendas. O preço médio de aluguel em Curitiba avançou 17,9% nos últimos 12 meses, queda de 1,8 p.p. ante o balanço do ano anterior, mas ainda 4,2 p.p. acima do Índice ¬FipeZap de locação no Brasil.
De cascata a bosque particular: empreendimento mais caro de Curitiba terá apartamento de R$ 40 mi
______________
Brasília
Há três anos os preços de locação só crescem em Brasília
Rebecca Crepaldi
O mercado de locação em Brasília segue em pleno crescimento como mostram os dados do Índice FipeZap. Desde 2021, o preço do metro quadrado acelera, alcançando uma alta acumulada nos últimos 12 meses até setembro de 2024 de 15,4%.
O movimento, segundo o presidente do Secovi-DF, Ovídio Maia, ainda é reflexo da pandemia. Isso porque muitos proprietários fizeram concessões nos aluguéis e, agora, há um realinhamento de preços.
“Durante a pandemia, houve uma redução nos valores de locações e/ou os proprietários não aplicaram os reajustes, porque se aplicassem, os inquilinos saíam”, comenta. Em 2020, por exemplo, o IGP-M, referência para o reajuste de aluguel, ficou em 23,14%, o maior valor desde 2002.
Com o vencimento dos contratos de locação, os proprietários começam a corrigir os preços. Somado a isso, Maia destaca: também há uma procura maior por locações, principalmente para apartamentos de um e dois dormitórios.
Para o executivo, o momento se transforma em uma oportunidade para as famílias, que veem no investimento imobiliário um ótimo negócio. “No mercado de imóveis, os investidores olham para a rentabilidade e a valorização patrimonial, além do baixo risco. O brasileiro morre de medo de perder o patrimônio de uma vida, então a segurança de uma família passa a ser uma escritura.”
De acordo com o Índice FipeZap, a rentabilidade registrada em setembro deste ano do aluguel na capital foi de 0,51%, acima da média nacional e de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
Como dois irmãos do DF querem colocar de pé um dos maiores prédios corporativos do Brasil
______________
Salvador
Em meio a recorde de preços, Salvador tem novo bairro com o aluguel mais caro
Guilherme Guilherme
O mercado imobiliário de Salvador registrou, em 2024, um dos maiores aumentos de preço de venda e aluguel da série histórica do Índice FipeZap, iniciada em 2010. Em setembro, o valor dos imóveis subiu 12,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto o aluguel disparou 27%, alcançando recordes em diversas regiões.
O destaque foi o bairro de Ondina, que registrou o aluguel mais caro da cidade, a 59,10 reais por metro quadrado, após alta de 57% na comparação anual. O preço supera o da Barra, considerada a região mais nobre da cidade, onde o aluguel cresceu 33,6%, para 53,60 reais.
Claudio Cunha, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia, diz que a alta do aluguel em Ondina foi impulsionada pela conclusão de novos empreendimentos na região, que fica próxima à Barra e é parte do circuito do Carnaval de Salvador.
“Ondina está em franca expansão, e os lançamentos recentes atraíram uma forte demanda por aluguel.” A proximidade com pontos turísticos e a infraestrutura consolidada fazem de Ondina uma opção atraente para quem busca qualidade de vida.
Apesar do crescimento de Ondina, a Barra ainda lidera o preço do metro quadrado para venda em Salvador, a 10.230 reais, com valorização de 20,9%. Cunha diz que a oferta limitada e a alta procura continuam impulsionando o preço na capital baiana. A demanda também é reforçada por compradores vindos de outras regiões da Bahia, como Feira de Santana.
______________
Recife
Alta demanda e juros elevados mantêm crescimento expressivo dos aluguéis no Recife
Guilherme Guilherme
O desequilíbrio entre oferta e demanda por aluguéis no Recife, especialmente em regiões mais valorizadas, tem mantido a alta de preços na casa dos dois dígitos. De acordo com dados do FipeZap, o valor médio do aluguel na cidade encerrou setembro com um aumento anual de 15,9%, enquanto o preço da venda cresceu 7,5% no período.
Luciano Novaes, vice-presidente do Secovi-PE, afirma que parte da disparidade se deve aos juros altos, que desincentivam a compra do imóvel. “A procura por moradia flexível em um cenário de juros elevados faz do aluguel uma alternativa interessante, especialmente em áreas bem localizadas”, afirma Novaes.
Os bairros Tamarineira e Graças destacaram-se pelos aumentos de 27% e 33% na locação, respectivamente. A infraestrutura completa dessas regiões tem atraído tanto famílias quanto jovens profissionais e estudantes, especialmente pela proximidade com centros empresariais e universidades.
Para Novaes, a alta deve ser sustentável no curto prazo, mas a tendência é de estabilização conforme novos lançamentos e melhores condições de crédito reduzam a pressão sobre os preços.
______________
Fortaleza
Aluguel ficou 14,51% mais caro na capital cearense, com destaque para bairro de Fátima
Guilherme Guilherme
O mercado imobiliário de Fortaleza segue em firme recuperação após as perdas de valor real registradas durante a pandemia, período em que os preços ficaram abaixo da inflação. O maior aumento foi observado no preço dos aluguéis, que subiu 14,51% até setembro, enquanto o valor de venda dos imóveis teve alta de 8,45%.
Paula Reis, economista do DataZap, explica que o mercado de locação tende a ser mais flexível aos ciclos econômicos, e que o mercado de trabalho aquecido estaria contribuindo para o aumento dos preços. Esse movimento, segundo Reis, também deve se refletir no preço de venda.
“Há uma tendência de aceleração desse reajuste desde o início do ano, e isso se deve às condições favoráveis que observamos hoje na economia e no mercado de crédito”, diz.
Entre as áreas mais procuradas de Fortaleza está o bairro de Fátima, próximo ao centro, que apresentou uma variação de 37% no preço do aluguel, de acordo com o levantamento. Já Meireles, o bairro mais caro da cidade, registrou alta de 14,5% no preço da locação e de 9,9% no valor de venda.
______________
Maceió
Cidade passou por aumento de demanda durante expansão do home office
Guilherme Guilherme
O mercado imobiliário de Maceió, assim como o de outras capitais litorâneas, passou por uma fase de forte valorização impulsionada pela pandemia, mas agora começa a mostrar sinais de desaceleração.
Em setembro de 2024, o crescimento anual nos preços de venda caiu para 9,22%, em comparação com uma alta de 17,58% no mesmo período de 2023. Nos aluguéis, a taxa de crescimento foi de 6,57%, ante 12,54% no ano passado, segundo dados do DataZap.
“A digitalização acelerada e a expansão do home office trouxeram à tona o mercado da cidade, que foi ‘redescoberto’ e experimentou forte valorização”, diz Paula Reis, economista do DataZap.
Com metro quadrado mais caro do Nordeste, Maceió desbrava ‘oceano azul’ imobiliário
Um dos destaques é o bairro Cruz das Almas, que se tornou o segundo mais caro em aluguel, com uma alta anual de 13,6%. No preço de venda, onde ocupa a quinta posição, a variação foi de 23,8%. No entanto, os sinais de desaceleração se mostram claramente em áreas nobres, como Pajuçara, onde o preço do aluguel teve variação negativa de 3,9% em 12 meses.
O bairro, tradicionalmente um dos mais valorizados de Maceió, reflete a mudança no ritmo de crescimento dos preços, enquanto a cidade se adapta à nova realidade do mercado imobiliário pós-pandemia.