Golpes em aluguéis crescem em BH: saiba como se proteger

Atenção redobrada para quem está procurando imóvel para alugar. Infelizmente, os golpes cada vez mais criativos chegaram ao mercado imobiliário de Belo Horizonte. Em março deste ano, três pessoas descobriram que haviam alugado o mesmo apartamento no bairro Pindorama. Todas tinham pago um sinal antecipado e só perceberam o golpe na hora de se mudar. A Polícia Civil registrou o caso como estelionato e reforça: é fundamental fazer o boletim de ocorrência e apresentar provas como prints de mensagens e comprovantes de pagamento.

Outros relatos já estão chegando ao conhecimento das autoridades de que o suposto proprietário ou corretor pede que o interessado pague o valor do primeiro aluguel antes mesmo de visitar o imóvel. A justificativa é que, se você não gostar, esse valor será devolvido. Ah, e se você gostar, já assegura a locação. Eles são bastante convincentes ao lidar com clientes. Essa prática não é reconhecida pelo mercado imobiliário; pelo contrário, em negociações sérias, a visita ao imóvel é gratuita.

O que pode acontecer, e isso sim é normal, é a cobrança de taxas administrativas ou de intermediação só depois que o contrato for assinado. Antes disso, não existe nenhuma obrigação de pagamento. Por isso, fica a orientação: não faça pagamentos antecipados. Exija recibos, verifique a matrícula do imóvel e procure atendimento em imobiliárias regularizadas. E nunca se esqueça de confirmar se o corretor tem registro no CRECI. Essas medidas simples são a sua melhor proteção contra golpes.

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Reportagem disponível em: https://rede98.com.br/98/colunistas/golpes-em-alugueis-crescem-em-bh-saiba-como-se-proteger/?fbclid=PAZXh0bgNhZW0CMTEAAae2t3gVubm61drOjSXdDR6OsmhuwTUKlcjuEssGbB8mtyHyjaHy7cE6EwtPXQ_aem_e3OYrEDA2nusJVTFkt27JQ 

 

Longevidade e divórcios impactam mercado imobiliário em Minas Gerais

Mercado imobiliário mineiro acompanha tendência global de moradias individualizadas, impulsionada pelo envelhecimento populacional e aumento de lares com apenas um morador

18 de agosto de 2025 • 05:02

O aumento da população com 60 anos ou mais e o crescimento no número de divórcios no Brasil têm impactado o mercado imobiliário. Em Minas Gerais e em todo o País, esse cenário impulsiona a tendência de moradias individualizadas, em imóveis menores que oferecem mais conforto, segurança e praticidade.

Segundo dados do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação de idosos com 65 anos ou mais na população de Minas Gerais saltou de 8,1%, em 2010, para 12,4% em 2022. Em números absolutos, o Estado abriga a segunda maior população com 65 anos ou mais, com 2.543.092 pessoas, superado apenas por São Paulo (5.285.186).

O IBGE ainda mostra que o número de divórcios em primeira instância ou por escritura extrajudicial em Minas aumentou 70,3% em 2023, na comparação com 2013, passando de 32.428 para 55.209 separações registradas no Estado.

A presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Cássia Ximenes, destaca que, atualmente, há uma grande demanda por moradias adaptadas às novas formas de uso e para o público 60+. Consequentemente, muitas construtoras e incorporadoras têm investido em imóveis que atendam a essa procura.

Para a dirigente, o tabu a respeito de viver sozinho vem sendo superado na sociedade, com muitas pessoas se divorciando ou morando sozinhas por opção. Esse público busca outro tipo de vida e demanda imóveis com mais segurança e adaptados para essa nova realidade. “O mercado imobiliário precisa oferecer esse tipo de residência. Esse é o novo foco trazido pela questão da longevidade”, diz.

Cássia Ximenes ressalta que Minas Gerais vem quebrando vários tabus, com mais residências voltadas para idosos e o surgimento de comunidades em alguns prédios que oferecem mais bem-estar a essa população. “São novos condomínios que estão sendo criados ou adaptados e ressignificados para a moradia da terceira idade”, completa.

Os dados da prévia da pesquisa “O Impacto das Separações na Demanda por Imóveis”, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Mulheres do Imobiliário, mostram que as separações são um dos fenômenos mais relevantes para explicar a demanda por imóveis. Mais da metade dos entrevistados buscou um novo lar após o divórcio, sendo 29% deles alugados e 22% próprios (quitados ou financiados).

O diretor comercial e de marketing do Grupo Patrimar, Lucas Couto, destaca que o público 60+ representa uma das parcelas que mais cresce na população brasileira, impulsionada pela maior expectativa de vida e pela busca ativa por qualidade de vida na maturidade. Segundo ele, esse movimento, somado ao aumento no número de divórcios e ao consequente crescimento de lares para uma pessoa só, tem alterado significativamente a demanda no mercado imobiliário.

“Observamos uma procura cada vez maior por imóveis funcionais e estrategicamente localizados, próximos a centros urbanos, serviços de saúde e lazer, que ofereçam conforto, segurança, autonomia e serviços integrados ao condomínio”, relata.

Após a pandemia, busca por saúde e bem-estar aumentou

O primeiro vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Bruno Magalhães, relata que o movimento relacionado à longevidade tem sido ainda mais perceptível após o período da pandemia de Covid-19. Isso porque as pessoas passaram a se preocupar mais com a saúde, alimentação e com o bem-estar físico.

Para o dirigente, o aumento do público 60+ e o crescimento no número de divórcios são fatores que, combinados, têm gerado mais necessidade de adaptação dos imóveis disponíveis no mercado. “Está surgindo uma nova tendência de imóveis para esse público. Já percebemos um aumento na procura”, completa.

Além de ser o vice-presidente do sindicato que representa o setor, Magalhães também é diretor executivo da Terrazas Construtora. Ele relata que a empresa já vem realizando algumas adaptações para atender a esse público, o que tem provocado análises e mudanças na conceituação dos produtos imobiliários oferecidos no mercado.

Já Couto afirma que o Grupo Patrimar tem direcionado esforços para desenvolver empreendimentos com foco na experiência e na praticidade do dia a dia dos moradores. Além disso, a construtora tem criado novas soluções arquitetônicas e de serviços que tornam o uso dos espaços mais intuitivo e confortável, promovendo independência e conveniência.

“Isso inclui desde o planejamento inteligente de áreas comuns, o oferecimento de serviços dentro do condomínio e até o uso de tecnologia e design para facilitar a rotina e incentivar a convivência”, acrescenta.

De acordo com a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, divulgada pelo IBGE, 93,3% dos brasileiros com 70 anos ou mais vivem em vias largas, com maior fluidez de circulação. Além disso, 36,7% dessas pessoas estão em áreas com pelo menos cinco árvores, o maior índice entre todas as faixas etárias do País.

Esse grupo também é formado por pessoas que viajam mais e, por isso, estão mais atentas à segurança das moradias. O público 60+ busca praticidade na cidade onde mora, sem necessariamente se mudar para um município menor ou mais afastado.

“Eles querem uma vida mais prática, geralmente ainda dentro da sua cidade, onde têm o clube, a academia e as amizades mais antigas. Preferem viajar a ter uma vida pacata”, detalha Bruno Magalhães.

O percentual de pessoas com 60 anos ou mais responsáveis pelos domicílios mineiros subiu de 24,1%, em 2010, para 30,2% do total de residências em 2022. Segundo dados do IBGE, essa proporção está acima da média nacional (27,2%), sendo a terceira maior entre os estados brasileiros, ficando abaixo apenas do Rio Grande do Sul (31,7%) e do Rio de Janeiro (30,8%).

Moradia individualizada é tendência global

De acordo com os dois últimos Censos realizados pelo IBGE, a participação das unidades domésticas unipessoais cresceu 6,9 pontos percentuais (p.p.) em Minas Gerais entre os anos de 2010 e 2022, subindo de 13,1% para 20% no período. Já no Brasil, o avanço foi de 6,7 p.p. (de 12,2% para 18,9%).

O aumento no número de pessoas morando sozinhas tem impulsionado as vendas de apartamentos modelo studio, que oferecem mais dignidade e simplificação, atendendo às exigências desse público. Cássia Ximenes destaca que, no caso daqueles com maior poder aquisitivo, fatores como design e tecnologia também são considerados no momento da compra.

Para a empresária, esse movimento de moradia individualizada pode beneficiar tanto o segmento de venda quanto o de locação, pois um está diretamente ligado ao outro. “É um mercado que já vem movimentando toda a cadeia”, afirma.

O modelo de moradia individualizada, segundo ela, é uma tendência mundial que ocorre tanto nos grandes centros urbanos quanto nas cidades menores do interior. No entanto, a especialista ressalta a importância de preservar as características locais. “Existem características próprias de cada região, e isso precisa ser respeitado”, diz.

O diretor comercial e de marketing do Grupo Patrimar pontua que idosos e pessoas que moram sozinhas já constituem uma parcela relevante do público comprador no mercado imobiliário. A tendência, segundo ele, é de crescimento contínuo desses dois grupos nos próximos anos.

“Com o avanço da longevidade e a valorização da independência, a demanda por imóveis que combinem qualidade de vida, segurança e praticidade seguirá em expansão”, avalia.

Couto relata que o grupo já conta com um banco de terrenos robusto, tanto no segmento de alta renda quanto no médio e econômico, que permite o desenvolvimento de empreendimentos alinhados a diferentes perfis de consumidores. “Entregamos não apenas metragem e localização, mas também experiências que atendam às expectativas de cada público”, completa.

Contratação de idosos e público jovem

Outro ponto importante é a contratação de pessoas com 60 anos ou mais nos negócios imobiliários para atender ao público mais velho. Cássia Ximenes explica que esse grupo de consumidores prefere ser atendido por profissionais da mesma faixa etária. Portanto, é fundamental que as empresas contratem funcionários com perfil experiente e vontade de colaborar, agregando valor à equipe.

A presidente da CMI/Secovi-MG ressalta que entidades que integram o Sistema S têm disponibilizado ferramentas para que pessoas com mais de 60 anos se coloquem à disposição no mercado ou façam cursos de requalificação. Além disso, algumas plataformas ajudam empresários a encontrar esse perfil de profissional.

De forma geral, o mercado imobiliário já está se adaptando para atender a esse público, personalizando apartamentos e edifícios. No curto e médio prazos, Magalhães avalia que será possível notar mais lançamentos com projetos totalmente conceituados, desde a portaria até as áreas de lazer.

“Vejo alguns lançamentos indicando o começo de uma tendência e o início de uma necessidade de mercado”, diz.
Além das pessoas mais velhas, os jovens também estão movimentando o mercado com demanda por moradia própria. Cássia Ximenes pontua que esse público vem buscando cada vez mais conquistar independência financeira. “Eles também querem e desejam essas moradias”, afirma.

Ela menciona o movimento de retrofit em Belo Horizonte, que tem transformado muitas salas maiores em studios e apartamentos menores. Esse cenário favorece tanto a moradia estudantil quanto o público 60+, que busca se adaptar a uma nova realidade após a saída dos filhos de casa.

Reportagem dispoível: https://diariodocomercio.com.br/economia/longevidade-divorcios-impactam-mercado-imobiliario-minas/

PBH regulamenta lei de incentivo à revitalização de imóveis antigos no Hipercentro da Capital

O objetivo é proporcionar novos usos para esses imóveis, como a moradia e os comércios no mesmo prédio

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) publicou, no Diário Oficial do Município (DOM) dessa quarta-feira (26), o Decreto nº 19.151/25 que regulamenta a lei de incentivo à revitalização de prédios antigos no Hipercentro (Lei nº 11.783/2024). Essa legislação define regras para reformar, regularizar e adaptar imóveis na região ou áreas próximas, com o objetivo de revitalizar o Centro da capital mineira.

De acordo com a PBH, o projeto busca incentivar reformas e oferecer novos usos para imóveis antigos como, por exemplo, moradias e comércios no mesmo prédio. O poder público municipal ainda acrescenta que, quem seguir as novas regras, poderá contar com benefícios fiscais.

Entre as novas normas está a exigência de que os terraços de alguns prédios sejam abertos ao público, de forma gratuita, das 9h às 22h. O objetivo é criar novos espaços de convivência e aproveitar ainda mais as áreas que hoje estão sem uso na região.

A presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Cássia Ximenes, afirma que o mercado imobiliário da Capital recebe esse decreto com entusiasmo. Isso porque, segundo ela, o texto traz maior flexibilidade para transformar edifícios antigos em novos lares, sem apagar a memória da cidade.

Cássia Ximenes ainda destaca que o Hipercentro de Belo Horizonte está prestes a ganhar vida nova. A dirigente explica que com a nova lei municipal que incentiva o retrofit de prédios subutilizados, a capital mineira está dando mais um passo importante rumo à revitalização do coração da cidade.

“Essa é uma tendência global: devolver às áreas centrais o protagonismo urbano, com mais moradores, mais comércio e, claro, mais segurança e vida nas ruas. A CMI/Secovi-MG acompanha, passo a passo, essa nova fase que representa um bom caminho rumo ao futuro sem abrir mão da nossa história”, afirma.

Quanto ao retrofit, o decreto publicado nesta quinta prevê que comércios e serviços funcionem no térreo e no terraço, onde o fluxo de pessoas é maior, enquanto os demais andares serão destinados para moradia.

Além disso, o texto também autoriza a implementação de áreas verdes ou permeáveis (que permitem a infiltração da água de chuva no solo) sobre lajes. A meta é possibilitar o melhor uso possível do espaço urbano sem deixar de cuidar do meio ambiente.

decreto também define diretrizes para que essas mudanças sejam feitas com foco em sustentabilidade, segurança e desenvolvimento da capital mineira. As regras já estão valendo e, em breve, a Secretaria Municipal de Política Urbana (SMPU) divulgará orientações mais detalhadas sobre como os projetos devem ser apresentados.

 

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Reportagem disponível em: https://diariodocomercio.com.br/legislacao/pbh-regulamenta-lei-incentivo-revitalizacao-imoveis-antigos-hipercentro-belo-horizonte

Medida da PBH para imóveis abandonados pode não incentivar o retrofit na Capital

Especialista aponta que é preciso entender as particularidades de cada imóvel

Por Marco Aurélio Neves

O decreto da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), para promover o aproveitamento de imóveis subutilizados ou não utilizados, ainda carece de incentivos para que o retrofit – a revitalização – de edifícios seja uma operação atrativa ao mercado imobiliário, apontam especialistas do setor imobiliário belo-horizontino.

A presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Cássia Ximenes, aponta é que preciso entender as particularidades de cada imóvel – como localização e conservação – para, dentro do que a legislação permite, no caso, o Plano Diretor, poder compreender qual função social pode ser exigida do local.

Além disso, ela chama a atenção para situações em que o imóvel não consegue cumprir sua função social, causadas pela falta de condições gerada pela própria PBH, com restrição a bens e serviços públicos, como transporte, calçamento e saneamento básico em determinadas localidades.

Cássia Ximenes questiona se o aumento progressivo da cobrança do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) – previsto no decreto da PBH – é mesmo a melhor medida para lidar com o problema. “Partir do princípio do incentivo e da educação dos proprietários é mais vantajoso para a cidade do que a penalidade”, declara.

Um incentivo poderia ser, segundo a presidente do CMI/Secovi, via isenção do Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), para o comprador que se comprometer e comprovar, no ato da venda, que vai reformar um imóvel sem condições de ser habitado e que, por isso, não consegue ser ocupado. “O comprador teria o incentivo de usar esse valor do ITBI na reforma do imóvel”, afirma.

A PBH informou que o levantamento dos imóveis será feito por etapas e a mobilização inicial está focada no mapeamento de lotes vagos na região do hipercentro. Trata-se de uma região onde estão localizados vários edifícios subutilizados ou abandonados. O grande volume de prédios nessa situação gera desvalorização dos imóveis no entorno e insegurança local.

A situação contribui também para diminuir a oferta de unidades habitacionais, comércio e serviços em áreas da cidade, o que, dentre outros fatores, é apontada por especialistas como uma das causas da inflação do aluguel residencial de Belo Horizonte, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2024, estar acima da média nacional.

Falta de competitividade de imóveis

O membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Belo Horizonte (Codese-BH) e diretor da Construtora Diniz Camargos, Teodomiro Diniz, aponta que o incentivo dado pelo decreto da PBH para aluguel social não é viável ao mercado imobiliário. “A conta não está fechando entre comprar o prédio, gastar para ‘retrofitar’ e vender. Essa conta precisa viabilizar”, disse.

Ele aponta que a operação de retrofit, com o custo de produção e todos os riscos envolvidos, dificultam que o imóvel seja competitivo no mercado imobiliário. O IPTU progressivo, segundo Diniz, pode estimular a venda de imóveis subutilizados ou abandonados, mas é preciso observar se a aquisição permitirá o comprador fazer com que o local cumpra sua função social.

“Ainda não é uma solução que resolve. Falamos isso com a PBH, precisa dar um estímulo para viabilizar, senão fica competindo com imóveis em outras regiões – onde o solo é mais barato – e vai pôr a população cada vez mais longe e o Centro continuar desocupado”, explica.

Até mesmo em caso de desapropriação pela prefeitura de Belo Horizonte pode não ser financeiramente interessante para construtoras, já que a licitação obriga a fechar com uma restauração a custo baixo, que poderia inviabilizar a revitalização do prédio.

Mercado imobiliário de Belo Horizonte encerra o ano otimista após vender 13,6 mil unidades

Valor médio de apartamentos vendidos em BH saltou de R$ 512 mil para R$ 550 mil em um ano

Por Leonardo Morais

Em um ano marcado por recuperação, o mercado imobiliário encerrou 2024 com resultados positivos na comparação com 2023. O setor registrou aumento tanto no número de unidades vendidas quanto no valor da venda, com ganho real de 3% – índice que superou o de outras capitais brasileiras.

De acordo com instituto de pesquisas Datasecovi, até agosto, o valor médio de apartamentos vendidos em Belo Horizonte saltou de R$ 512 mil para R$ 550 mil em um ano – crescimento de 7,5% contra a inflação de 4,48% no mesmo período. Em quantidade de empreendimentos comercializados, os avanços também foram expressivos: o número saltou de 12,62 mil unidades em 2023 para 13,67 mil em 2024.

Para a presidente da CMI/Secovi-MG, Cássia Ximenes, os recentes aumentos no preço médio dos imóveis resultam na diminuição de empreendimentos voltados para o Minha Casa, Minha Vida com valores mais baixos nos limites da capital mineira. “Esses empreendimentos estão migrando para as cidades circunvizinhas e isso impacta na média dos valores dos imóveis vendidos”, explica.

Ao avaliar o desempenho geral do setor no ano, a dirigente considera que 2024 entregou o que prometeu, com conquistas importantes ao longo dos meses. A reforma tributária, por exemplo, está alinhada com o segmento após alterações no texto, que amenizou os impactos negativos que poderia trazer para a atividade.

Apesar disso, a alta na Selic preocupa, já que impactará a realização de financiamentos. Em 2024, a taxa básica de juros saltou para 12,25% ao ano e analistas já sugerem que o valor pode chegar a 15% em 2025.

Mesmo com o cenário alarmante, Cássia Ximenes acredita que o setor imobiliário utilizará de seu maior diferencial para continuar avançando. “O mercado imobiliário acompanha a vida das pessoas e elas não podem abrir mão da moradia. Independentemente do cenário, seja ele político, econômico ou social, nosso mercado segue atuante e atendendo à população”, destaca.

A presidente da entidade acredita que o cooperativismo entre integrantes do setor também é algo que precisa ser melhor explorado e pode ser um dos principais caminhos para aumentar as vendas de imóveis. “Hoje, um dos maiores desafios é encontrar o imóvel ideal e essas parcerias ajudam a dar celeridade ao processo”, avalia.

 

Espaços comerciais precisam ser repensados

Desde a pandemia, os imóveis comerciais seguem passando por desafios, especialmente depois do crescente uso do e-commerce e as transformações nos modelos de trabalho, como o home-office. A solução, segundo Cássia Ximenes, passa pela readequação do uso dos espaços.

“É preciso que o profissional faça um diagnóstico para compreender como o imóvel pode ser utilizado a partir de agora. O desejo da compra acompanha a necessidade e essas necessidades foram modificadas durante a pandemia”, explica a presidente.

Diferentemente do setor residencial, que se recupera de forma mais acentuada, o comercial ainda sofre com sequelas da crise pandêmica, que necessitou de acordos no preço de aluguéis, com contratos longos, muitos ainda em vigor. “Esses ajustes causam impactos e ainda mantêm resquícios da pandemia. Além disso, os donos de imóveis ainda precisam lidar com mudanças comportamentais e os novos desejos de moradia”, ressalta a dirigente.

Para 2025, apesar dos desafios econômicos brasileiros, a expectativa para ambos os segmentos é positiva. Nos próximos três anos, a entidade espera realizar trabalhos e articulações em prol da redução do déficit habitacional no Brasil.

Em Belo Horizonte, o ano será marcado pela conferência urbana para a adaptação do Plano Diretor. “A prefeitura está com um projeto de requalificação das centralidades e estamos acompanhando com atenção e proximidade para colaborarmos com o que for necessário”, finaliza.

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Reportagem disponível em: https://diariodocomercio.com.br/economia/mercado-imobiliario-vendas-belo-horizonte/